quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Nova planície.

Sonoramente repugnante é a dor que se guarda engasgada na garganta, ciúmes que se formam como pequenas doenças e acumulam-se, preparam-se e explodem quando convém. É como se eu não tivesse forças ao imaginar o simples fato de outra abelha estar pousada em minha flor, meu nectar. Meu coração fala tanto, mas sua voz é baixa demais ou imprestável demais.
Parecce que vejo o passado de cima e bem próximo.
Sei que não vale a pena reclamar nem lamentar-me, mas de uma planície para outra aprendi muita coisa e uma delas foi a vontade de ter tido sempre em meus braços tudo o que hoje me faz bem... e que apenas descobri tão recentemente.

Certamente gostaria de ser diferente, apagando o passado de quem amo em vez de apagar o meu.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Foge do tempo o tempo em que se percebia facilmente os deslises fragmentados na movimentação dos olhares frios, porém sem cor ou tamanho... Nada vale.

A desigualdade que permeia os meus longos sinais não se mistura facilmente com as ações relacionadas ao modo de preparar verdades fajutas como aquelas que as pessoas costumam jogar na cara do cara prontas para receber algum tipo de reação. Ilusão.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Olhos fritos.

Para Dudu, Léo e Bozo.

Num momento meio palha permeneceu o papel na saliva... Horas depois não parávamos de rir, no meio do som do ensaio da Criaturas. Rimos até doer a barriga enquanto queimavam nossos pés, pernas e o resto do corpo. Lágrimas não escorriam, mas pingavam para longe dos olhos de tanta graça... De um simples olhar na cara do outro. A música apenas fixou-nos dentro de uma flor super colorida que se apresentava quando fechados os olhos fritos. Maçã cachimbo e Beatles gritado no quartinho. Zumbis de lata de cerveja ameaçadores vinham em nossa direção para devorar nossas entranhas. Era difícil contê-los pois tinhamos apenas uma espingarda de chumbinho, um pouco maior que uma Winchester. Após morrermos e virarmos zumbis, coneguimos nos livrar dessa maldição que envolvia agora todos ali presentes. Depois da dor do riso pelos cantos, o mais confortavelmente possível nos colocamos e esperamos o sono bater.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Amor.

Um milagre se resume facilmente nos sorrisos de rostos grudados por um beijo, um olhar, um jeito de respirar ou pelo calor do amor...
O amor se resume gentilmente no fato de existir mesmo contra a vontade, mesmo sem lógica ou nexo, na lonjura e principalmente quando perto demais, no fato de não querer estar longe um minuto, um segundo... O amor desabrocha com o tempo e só o tempo permite a sua existência, pois só o tempo pode finda-lo.
O amor é para tolos e fracos... mas o que é o homem senão tolo e fraco. Ninguém vive sem e os amores são completamente diferentes.
Falar de amor é algo tão fácil que qualquer um consegue. Pode ser a qualquer momento... hora ou outra irão desfilar para fora da boca palavras que muito bem farão a alguém. Amor pode ser livre, bem como aprisionador, desaguar em quantidades diárias diferentes, pode ser insano e irreal, pode ser verdadeiro, mas nunca mentiroso... pois o amor não mente, faz você fazê-lo por ele. O amor é a melhor droga e é de graça. Vale a pena experimentar e reexperimentar, com a mesma pessoa ou não, para o resto da vida.

.... mas essa é só a minha visão sobre....

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Imarginalidade

Abro o fechamento dos meus olhos nesse deserto mortal de um domingo central presente no chão de cada manhã, ordinária e moribunda, de códigos monumentais. Nada vai rasgar a dor ou queimar de vez, tirando a minha voz de realidades fáceis ou recados de bar. Em chuva ou sol sou mil na vontade de ascender desesperadamente feito fogo, feito um terremoto, feito um soco na boca do estômago, feito carne crua a mastigar, feito o êxtase do eterno amor ou a correria fria na corrente sanguínea.
A imarginalidade de minha imaginação compromete-se ao se derreter com lembranças escrotas que acabam se reinventando de tempo em tempo, como a visita de alguém distante ou a cocaína em meus amigos amorosos, em músicas fajutas que agradam talvez gregos, talvez troianos.
O campo passível de minha arte nesse segredo mortífero inverte-se na narrativa dada, lançando o afeto que tenta corromper a noção de real e torna-la torta ou aleijada. O metafísico vem depois de conhecermos e aplicarmos nossa capacidade, vem depois do sucesso mental ou real.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Manifesto Novista ou estou decepcionado.

Chega de ressuscitismos! Chega de cultuar de forma obcecada os Grandes do passado! Isso, meu amigo, não é negar, de forma alguma! Deve-se apenas chupar o necessário e, se tiveres capacidade, não permitir gozar, pois a porra toda descaracterizará a tentativa do Novo.
Conheça sua mente e reproduza-a de forma crua e sincera. É claro que o Novo não é novo, o Novo sempre teve de passar por um processo até ser dito como tal e, tempo depois, um novo processo agruparia as característcas do antigo Novo, levando a formar a base para o que seria o novo Novo no final, que obviamente é o início de mais um processo e seguirá assim para sempre.
Se um dia, ser humano, atingires o Novo... no dia seguinte elabore a base para o Novo seguinte.
É fato que isso tudo é verdade e seja talvez uma idéia nova aceitar esse fato.