quinta-feira, 26 de junho de 2008

IX

E então aqueles leves flashs, que na canção não se destinam a ela, se foram para nunca mais. E as bactérias desse amor idiota acabaram por se dustruir facilmente, depois da realidade fria passar, na cabeça agora salva de Lemos. Não tomou remédio e com suas forças restantes conseguiu construir uma fortaleza de espelhos, que refletem a falta de brilho daquela loucura, entre seu corpo e o malígno que emanava em sua direção.
Então levantou e, mesmo sem saber realmente onde estava afundado seu coração, caminhou até outras bocas, outros olhos, como sempre fez nos intervalos desse jogo insano. É simples de entender que para ele era apenas um jogo, uma provação, um desafio, ainda que não soubesse disso e agisse como louco atrás daquela verdade mentirosa... e quando começou a descobrir, tentava enganar-se. Era algo que deixara crescer, como um verme negativo em seus poemas.
Hoje nada mais importa daqueles tempos... E os tempos seguintes estão sendo mais felizes e repletos de maravilhas, que só sem aquele raio de mulher Lemos conseguiria desfrutar. E desfruta, tendo-a em sua cabeça apenas na hora de avacalhar as músicas que pra ela dedicou ao escrever. Ele está num platô, e a subida é quase infinita, mas sem aqueles olhos frios ele não mais é cego... Sem aquelas ondas sonoras repugnantes e esmagadores ele não mais é surdo. Não mais deseja aquela velha e moribunda mentira.