terça-feira, 29 de abril de 2008

III

Ela se foi em uma verdade só. Achou realmente que tudo aquilo que pensou e pensa está correto e eu, de alguma forma, devo perceber. O meu limíte, se já não chegou, está próximo.
Então, ela pediu licença e saiu, para nunca mais aquela noite. Ela é meu inferno quando não mais tenho forças para acompanhar seu pensamento.
Eu era um raio só, rachado numa tempestade de neve. E ela, querendo neve, teve o frio. Frio de minha espinha, frio de meus ossos... Da sensação de tê-la diminuindo em minha vista.
Destruição em massa daquilo que, porra, tão logo se iniciou, começou a explodir.
Perde-me por desculpas idiotas e nada me convence o contrário. Parte logo de uma vez! Vai Tarde! Tudo acabado entre nós!
Aqueles olhos me fazem tão bem, mas por apenas alguns minutos... Aqueles de minutos ao seu lado... Ela parece nem querer saber de mim. E NÃO, eu não entendo mesmo o que ela diz que não entendo. Vai doer... ô se vai... Mas me manterei de pé. Quem sabe eu mereça um diamante menos bruto. Na verdade, eu mereço risadas e palavras bobas, carinhos e preocupações com o que vai ser bom.
Eu fui embora aquela noite e nela repousei um último e fraco beijo. Foi triste. E será um cold turkey muito pior... Mas me manterei de pé.


"Cold turkey has got me on the run" - Lennon

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