sexta-feira, 25 de abril de 2008

II

Senti-me fraco. Sua otária então rolava audição adentro e a calma foi ficando fria. Tentei me acostumar com a sensação de estar triste...em vão. Eu não poderia ficar mais um minuto ali, naquele noturno lugar. Notícias ruins chegaram... Ela havia beijado uma boca inferior.Não pude aguentar a sensação de perda. De que vale tanto amor se não me queres mais - pensei naquele instante, escondendo lágrimas dela, que me observava de canto. Beijei Paulo em sua bochcecha direita e parti sem olhar pra trás. Mania certamente ficou preocupado, mas atendeu o meu pedido e não veio atrás de mim. Andei a Pres. Carlos Cavalcanti algumas quadras, no sentido contra os carros, que subiam em alta velocidade. O vento cortava minha face, congelando meu nariz. Sentei na calçada e fumei um cigarro atrás do outro... Mas eu realmente precisava de alguém pra conversar. Liguei para Paulo e logo ele apareceu com Ranghetti. Nós três fomos até o Largo procurar algo pra comer. Simplismente desabei palavras e lágrimas em cima dos meus caros irmãos. Falei de como eu me sentia auto-destrutivo e incapaz, que eu a tinha perdido para sempre. Chorar faz bem - dizia Ranghetti. Olhando o céu, minha única vontade era falar tudo, infinitamente tudo para ela. E foi o que fui fazer.
Logo a encontramos no caminho, estava com as amigas e então logo ficamos face to face. Desmoronei a verdade em cima daquele que é o olhar mais misterioso, a boca mais procurada, a ladra mais profunda de razão. Posso te dar um abraço? - ela perguntou. Então, aquela que nunca nada falava, começou a fazer cairem meteoros de verdades. Fui minguando, até quase sumir por completo. Pude ver que todos estavam errados. Eu estava completamente errado.

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